José de Alencar
José de Alencar (1829-1877) foi um romancista, dramaturgo, jornalista, advogado e político brasileiro. Foi um dos maiores representantes da corrente literária indianista. O principal romancista brasileiro da fase romântica. Destacou-se na carreira literária com a publicação do romance "O Guarani", em forma de folhetim, no Diário do Rio de Janeiro, que alcançou enorme sucesso e serviu de inspiração ao músico Carlos Gomes que compôs a ópera O Guarani. Foi escolhido por Machado de Assis para patrono da Cadeira nº. 23 da Academia Brasileira de Letras.
Infância e Juventude
José Martiniano de Alencar Júnior nasceu no sítio Alagadiço Novo, Messejana, Ceará, no dia 1 de maio de 1829. Filho de José Martiniano de Alencar, senador do império, e de Ana Josefina. Em 1838 mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Chegando em Salvador tomam um navio e seguem para a capital do Império.
Com 10 anos, José de Alencar ingressou no Colégio de Instrução Elementar. Durante a noite, presenciava os encontros políticos de seu pai. Em sua casa, tramou-se a maioridade de D. Pedro II, decretada em 1840. Com 14 anos, José de Alencar foi para São Paulo, onde terminou o secundário e ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.
Em 1844, ao ver o sucesso do livro “A Moreninha” de Joaquim Manuel de Macedo, resolve que será escritor de romances. Entrega-se à leitura dos autores mais influentes da época, como Alexandre Dumas, Balzac, Byron, entre outros.
Em 1847, com 18 anos, inicia seu primeiro romance "Os Contrabandistas", que ficou inacabado.. Em 1848 foi para Pernambuco, onde continuou seu curso na Faculdade de Direito de Olinda, concluído em 1851. De volta a São Paulo leva o esboço de dois romances históricos: “Alma de Lázaro” e “O Ermitão da Glória”, que só seriam publicados no fim da vida.
Advogado, Jornalista e Primeiro Romance
Ainda em 1851, José de Alencar volta para o Rio de Janeiro onde exerce a advocacia. Em 1854, ingressa no Correio Mercantil, na seção "Ao Correr da Pena", onde comenta os acontecimentos sociais, as estreias de peças teatrais, os novos livros e as questões políticas. Em 1855 assume as funções de gerente e redator – chefe do "Diário do Rio", onde publicou, em folhetim, seu primeiro romance "Cinco Minutos" (1856). No dia 1 de janeiro de 1857 começou a publicar o romance "O Guarani", também em forma de folhetim, que alcançou enorme sucesso e logo foi editado em livro.
Vida Política
Em 1858, José de Alencar abandonou o jornalismo para ser Chefe da Secretaria do Ministério da Justiça, chegando a Consultor com o título de Conselheiro, ao mesmo tempo em que lecionava Direito Mercantil. Em 1860, com a morte do pai, se candidata a deputado pelo Ceará, pelo partido Conservador, sendo reeleito em quatro legislaturas. Na visita a sua terra Natal se encanta com a lenda de "Iracema" e a transforma em livro.
Em 1865, sob um pseudônimo, publicou “Cartas de Erasmo”, dirigidas ao imperador onde pintava a situação do país. Defendia um governo forte e propunha uma abolição gradativa da escravatura. Embora D. Pedro II não simpatizasse com Alencar, não se opôs a sua escolha para o Ministério da Justiça do Império. Em 1870 é eleito senador pelo Ceará, porém, com os conflitos com o Ministro da Marinha não foi o escolhido. Voltou para a Câmara, onde permaneceu até 1877, rompido com o partido Conservador.
Literatura
Mesmo no auge da carreira política, José de Alencar não abandonou a literatura. Em 1864, casa-se com Georgina, com quem teve quatro filhos, entre eles, Mário Alencar, que seguiria a carreira de letras do pai. Viu suas obras atacadas por jornalista e críticos que faziam campanha sistemática contra o romancista. Triste e desiludido publica sob o pseudônimo de Sênio. Porém, a maioria o louvava. Durante toda sua vida procurou trazer para os livros as tradições, a história, a vida rural e urbana do Brasil. Famoso, a ponto de ser aclamado por Machado de Assis, como "o chefe da literatura nacional". José de Alencar morreu aos 48 anos no Rio de Janeiro vítima da tuberculose.
José de Alencar faleceu no Rio de Janeiro, no dia 12 de dezembro de 1877.
Características da Obra de José de Alencar
Como romancista, José de Alencar escreveu uma variedade de obras em diferentes gêneros. Deixou romances indianistas, históricos, regionalistas e urbanos.
- As principais realizações indianistas em prosa de nossa literatura são os três romances de José de Alencar: “O Guarani”, “Iracema” e “Ubirajara”.
- O primeiro romance histórico de nossa literatura foi “As Minas de Prata”. Escreveu ainda: “A Guerra dos Mascates”, narrativa da famosa revolução de 1710.
- Entre os romances regionalistas destacam-se “O Sertanejo” e o “Gaúcho”, que reproduzem costumes típicos e folclóricos dessas regiões.
- Os romances urbanos caracterizam a Corte e o meio social carioca do Segundo Reinado, como: “A Viuvinha”, “Senhora”, “Lucíola” e “Encarnação”.
Como poeta, José de Alencar escreveu o poema indianista “Os Filhos de Tupã”.
Como teatrólogo destacam-se as comédias “Verso e Reverso”, “O Demônio Familiar” e “As Asas de um Anjo”.
José de Alencar faleceu no Rio de Janeiro, no dia 12 de dezembro de 1877.
Obras de José de Alencar
- Cinco Minutos, romance, 1856;
- Cartas Sobre a Confederação dos Tamoios, crítica, 1856;
- O Guarani, romance, 1857;
- Verso e Reverso, teatro, 1857;
- A Viuvinha, romance, 1860;
- Lucíola, romance, 1862;
- As Minas de Prata, romance, 1862-1864-1865;
- Diva, romance, 1864;
- Iracema, romance, 1865;
- Cartas de Erasmo, crítica, 1865;
- O Juízo de Deus, crítica, 1867;
- O Gaúcho, romance, 1870;
- A Pata da Gazela, romance, 1870;
- O Tronco do Ipê, romance, 1871;
- Sonhos d'Ouro, romance, 1872;
- Til, romance, 1872;
- Alfarrábios, romance, 1873;
- A Guerra dos Mascate, romance, 1873-1874;
- Ao Correr da Pena, crônica, 1874;
- Senhora, romance, 1875;
- O Sertanejo, romance, 1875.
Fonte:https://www.ebiografia.com
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